Quantas vezes ouviu um “seja grata” quando só precisava de um abraço e escuta? Eu já vivi isso. E foi assim que comecei a perceber o quanto o tal positivismo tóxico pode ser cruel.
Não tô falando que ver o lado bom das coisas é ruim. Mas forçar alegria o tempo todo, ignorando emoções reais, pode nos afastar da nossa própria verdade.
Neste texto, quero dividir com você o que aprendi sobre autoaceitação, saúde mental feminina e o poder de simplesmente dizer: “Não tô bem, e tá tudo bem.”
O que é positivismo tóxico e por que ele é tão perigoso
Positivismo tóxico é aquela pressão velada (ou nem tanto) pra você ser feliz o tempo todo, independentemente das circunstâncias. É o “olha o lado bom”, “tem gente pior”, “só depende de você ser feliz”.
No começo, parece motivacional. Mas, na prática, vira uma armadilha emocional. Isso porque impede que a gente viva e processe emoções legítimas como tristeza, raiva, frustração.
E essas emoções, por mais desconfortáveis que sejam, são parte da vida e nos ajudam a crescer. Assim, ignorá-las só aumenta a culpa e o cansaço.
Eu já caí nessa armadilha achando que estava sendo “forte”, quando na verdade estava só silenciando meu próprio sentir. E isso adoece.
Como o positivismo tóxico afeta sua saúde emocional
- Reforça a culpa por não estar bem: você começa a se achar “fraca” por sentir tristeza ou ansiedade.
- Cria desconexão emocional: você se desconecta de si mesma e das outras pessoas.
- Afasta a ajuda real: se você finge que tá tudo bem, ninguém percebe que precisa de apoio.
Sentir é humano. E se permitir sentir é parte essencial da inteligência emocional.
Validar sentimentos é autocuidado emocional
Durante muito tempo, eu achava que “dar espaço pra dor” era perder tempo. Então percebi que o verdadeiro autoconhecimento emocional só começa quando a gente aceita o que sente, sem julgamento.
Validar sentimentos é dizer a si mesma: “O que você sente é importante. Eu te escuto.” Isso não significa se afundar na tristeza, mas permitir que ela exista, que seja sentida, acolhida e, então, compreendida.
Isso muda tudo. Porque quando você reconhece o que sente, consegue agir com mais clareza, respeitando seus limites e desejos. É aí que começa o verdadeiro desenvolvimento pessoal real.
Como praticar a validação emocional no dia a dia
- Nomeie suas emoções: “Sinto raiva”, “Sinto tristeza”, “Estou frustrada”. Só isso já é poderoso.
- Evite se julgar: sentir não é errado. É só sentir.
- Se dê tempo: você não precisa resolver tudo agora. Só precisa se escutar.
Validar é cuidar — e autocuidado não é só skincare, é também escuta emocional.
Emoções negativas também têm função (e importância!)
A gente foi ensinada a fugir das “emoções negativas”. Mas sabe o que descobri? Elas são bússolas. A tristeza pode te mostrar que algo precisa mudar.
Pois a raiva pode sinalizar que um limite foi desrespeitado. O medo te ajuda a se proteger. Quando a gente se permite sentir essas emoções sem culpa, começa a perceber os recados por trás delas.
Negar essas sensações só nos coloca num modo automático, afastando a chance de uma vida emocionalmente consciente.
E aí, amiga, não tem positividade forçada que dê conta — só frustração acumulada.
Transformando emoções difíceis em aprendizado
- Escreva sobre o que sente: journaling é um ótimo exercício pra entender seus padrões.
- Observe os gatilhos: quando e com quem essas emoções aparecem?
- Procure apoio se precisar: terapia, grupos de escuta ou até conversas sinceras com amigas.
Sentir raiva, tristeza ou medo não te torna fraca. Te torna humana.
Como diferenciar positividade saudável de positividade forçada
Existe sim um lugar lindo pra positividade na nossa vida — quando ela vem da esperança e da aceitação da realidade como ela é.
Mas a positividade forçada tenta colar um sorriso onde ainda existe dor, e isso pode ser violento emocionalmente.
A positividade saudável reconhece o momento difícil e ainda assim acredita que dias melhores virão. Mas a forçada exige que você negue a dor pra agradar os outros ou parecer “forte”.
A diferença? Uma acolhe. A outra sufoca. Aprendi a perceber isso ouvindo meu corpo: quando a positividade me pressionava, eu sentia um nó no peito. Quando ela me acolhia, eu sentia alívio. Simples assim.
Como praticar positividade com autenticidade
- Não se force a sorrir se não estiver com vontade.
- Use frases que acolhem: “Vai passar” é diferente de “Você precisa parar de reclamar”.
- Se permita estar mal às vezes. Não existe luz sem sombra — e tudo bem.
Positividade de verdade é aquela que abraça a dor e ainda assim escolhe seguir — no seu tempo.
Sentir tudo é o caminho mais curto pra se curar
Se você já se sentiu sufocada por frases como “só depende de você”, “seja grata”, “sorria mais” — saiba que você não está errada por se incomodar.
Isso é positivismo tóxico, e ele pode ser um sabotador silencioso da nossa saúde mental feminina.
O caminho mais verdadeiro que encontrei foi o da autoaceitação, da escuta empática comigo mesma, e da coragem de dizer: “Não tô bem hoje, e isso não diminui quem eu sou.”
Sua dor é válida, sua alegria é bem-vinda, e você é inteira — com tudo que sente.
FAQ – Sorrisos Forçados e Outras Dúvidas que Não Querem Calar 😅
1. Positividade nunca é boa então?
Ela é ótima — quando é real. O problema é forçar sorrisos e negar emoções legítimas. Pois, a chave é o equilíbrio.
2. Como responder a alguém que me diz “pense positivo” quando não estou bem?
Diga com carinho: “Eu sei que você quer ajudar, mas agora eu só preciso ser ouvida.” Isso muda tudo.
3. Sentir emoções negativas atrasa minha evolução?
Pelo contrário! Elas são parte fundamental do desenvolvimento pessoal real. O que atrasa é ignorá-las.
4. Como posso ajudar uma amiga que tá forçando positividade?
Seja uma escuta empática. Então, diga que tudo bem não estar bem e mostre que ela pode ser ela mesma — com tudo que sente.
Você não precisa sorrir o tempo todo. Você só precisa se permitir ser inteira. E isso já é luz demais. 💛
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